Meu coração não tem juízo, ele me atropela, me desespera, me acalma, me agita, me coloca em meio a um furacão e depois me devolve para a solidão! Ah coração sem juízo, por que ainda bate de forma a estremecer o meu corpo e anular a minha razão, se em momento algum eu te pedi ponderação? Talvez porque sua função é a de me mostrar a vida, em todos os seus aspectos, sejam alegres, tristes, ilusórios ou reais...Você manda em meus sentimentos e disso não posso negar. O preço pode ser alto, mas pode ser baixo, deixo você contabilizar. Nesse meu peito tão pacífico eu já vivi tantas tempestades que não consegui colocar-te a termo e em seu devido lugar. Mas não é preciso, pois você bate forte, bate fraco, bate insolente, bate consciente ou até mesmo inconsciente. Deixo-te ficar a vontade, pois você é o sinalizador de todos os momentos. Só te peço uma coisa: Deixa ao menos que minha razão possa te acompanhar quando possível, se não...faça de mim o que quiseres...eu acato, eu aceito, pois antes suas batidas intermitentes, do que o nada e o vazio, porões que não quero mais habitar, pois quando isso acontecer já estarei entregue a sensações frias e não a realidade presente, quente, do seu pulsar, do seu querer. Faça de mim o que quiseres, me maltrata, me desperta, mas jamais deixe que sua morada dê lugar ao medo, pois de tanto medo posso me perder em caminhos obscuros. Sou feito de erros e acertos, sonhos e prantos, esperanças e desalentos, mas em minhas veias corre sangue, vida, e sem ti não poderei assumir o meu posto, que é o de tentar sempre te acompanhar e viver...intensamente!
Bruno Garcia