terça-feira, 2 de julho de 2013

Noções





Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.
Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.
Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.
Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a. 
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza. 
Ó meu Deus, isto é minha alma:
Qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera ... 

[Cecília Meireles]

Bruno Garcia

8 comentários:

  1. Muito bom. Cecilia Meireles, sempre encanta.
    Bjux

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  2. Gente! Nunca pensei em ver Cecília usando o bordão: "OMG"

    kkkk

    ps: brincadeira viu?

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  3. Gostei do poema,ja to te seguindooo =)
    http://umagarotacitouu.blogspot.com.br/

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  4. Gosto de Cecília...mito e esse poema me lembrou o salmo biblico 131.
    Um dia, um amigo o cantou e gravou pra mim.... ele sabia que eu gosto dele. Em outras palavras...é quase o que diz o poema.
    Beijos Bruno

    Ps:Cadê os posts dos avós???

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    Respostas
    1. Não consegui postar, deu errado...acabei excluindo..rs
      Bjos

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